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18º FESTIVAL DO CINEMA JUDAICO DE SÃO PAULO

  • Foto do escritor: Agência Fluxo
    Agência Fluxo
  • 27 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

O Festival do Cinema Judaico é, em meio às dezenas de festivais que acontecem na Capital, um dos que já se afirmaram há tempos em nosso calendário. .


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Infelizmente, como todos os anos, a temporada é curtíssima (de 05 a 10.08), cada filme tem uma ou duas sessões e as salas de exibição são um tanto distantes umas das outras. Mas vale a pena traçar uma logística e tentar ver o maior número de filmes por vários motivos, como o ineditismo da maioria dos títulos, a possibilidade remota de serem exibidos no circuito comercial e o fato de vários deles terem recebido prêmios importantes.

O Festival também se reveste de um interesse maior se pensarmos que em breve (a partir de 24.08) acontecerá a Mostra de Cinema Árabe. Os dois festivais podem ser vistos, assim, como complementarres, colocando em pauta a complexidade das relações no Oriente Médio.

O título imperdível é UM VIAJANTE, de Marcel Ophuls, diretor de um dos mais importantes documentários da história do cinema, A DOR E A PIEDADE (sobre o colaboracionismo dos franceses com o nazismo, e lançado no Brasil pela extinta VIDEO FILMES). Ophuls volta a dirigir depois de quase vinte anos afastado das lentes. Nesse novo documentário ele revê a História a partir de sua trajetória no cinema. O filme traz imagens de seus encontros, entre outros, com Bertolt Brecht, Ernst Lubitsch, Stanley Kubrick, François Truffatut e Jeanne Moreau.

De particular interesse para nós brasileiros é o documentário nacional A HISTÓRIA DO HOMEM HENRY SOBEL, de André Bushatsky. Sobel é um destacado líder religioso na comunidade judaica brasileira e teve papel decisivo na luta contra a ditadura militar, como, por exemplo, a coragem para desmentir a falsa versão do governo sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975.

Entre as novas produções premiadas em importantes festivais, como os de Montreal e Jerusalém, estão SENTENÇAS DE VIDA, OS VERDADEIROS BASTARDOS INGLÓRIOS, O TERCEIRO TEMPO, FIM DA ESTAÇÃO, SUPERMENSCH: A LENDA DE SHEP GORDON, CONSEQUÊNCIAS e A VIDA COMO UM RUMOR. Há também dois filmes de Agnieska Holland: FILHOS DA GUERRA (que recebeu o Globo de Ouro em 1992) e NA ESCURIDÃO, inédito no Brasil e que foi um dos cinco finalistas na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2012.

Outro destaque de enorme atualidade é DANÇANDO EM JAFFA, de Hilla Medalia. Numa escola de dança, dá-se o encontro de crianças israelenses, judias e palestinas. Esse é o ponto de partida para a discussão de questões como identidade, segregação e preconceito racial.

Um título mais específico – e que irá certamente interessar aos fãs da cantora – é AMY WINEHOUSE, O DIA EM QUE ELA VEIO A DINGLE-, de Maurice Linnane. A partir de uma apresentação na cidade irlandesa de Dingle, o documentarista acompanha a artista, que acabou concedendo-lhe uma longa entrevista, da qual alguns trechos são reproduzidos no filme.

Como sempre, o Festival traz alguma grata surpresa para o público. Este ano fica por conta de MAMELE, dos diretores Joseph Green e Konrad Tom, uma clássica comédia musical polonesa de 1938.

QUANDO: de 05 a 10.08.14 ONDE: Hebraica, Centro da Cultura Judaica, Cinesesc e Cinemark Higienópolis QUANTO: todas as sessões são gratuitas

É isso aí: os olhos de quem vive em São Paulo não podem se fechar para as telas. Nos últimos quinze dias assistimos maravilhados à reabertura do Belas Artes, tivemos o 9.o FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO, o 4.o PANORAMA DO CINEMA SUÍÇO e agora o 18.o FESTIVAL DO CINEMA JUDAICO. Isso sem falar da gigantesca mostra Fritz Lang que já se estende há um mês no CCBB e avançará até o final de agosto.

PROFESSOR CÉSAR VERONESE (CPV VESTIBULARES)

 
 
 

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