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Moridea André Bushatsky

  • Foto do escritor: Agência Fluxo
    Agência Fluxo
  • 26 de jan. de 2022
  • 1 min de leitura

A irmã de Moridea ficou mais um pouco. Olhou ao redor, estava finalmente sozinha. Colocou perto da lapi­de uma pequena pedra. Sorriu. Agora era só ela. Coman­daria tudo sozinha: a casa, as bonecas, a atenção dos pais e dos familiares. Foi embora cantarolando cantigas.

O cemitério, cansado, repousou depois das visitas do dia. Os túmulos milimetricamente organizados no suave aclive, com suas lapides bem retinhas e brancas empres­tavam um ar sossegado ao ambiente.

O clima triste, cheio das lembranças que esses luga­res evocam, foi agraciado por um sereno gostoso que refrescou a grama aparada. Aos poucos o ambiente foi silenciando. Não se ouvia mais nada. Nada, nada.

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[ ... ] Descrever cenas emocio­nais no tom oposto ao que lhes seria natural e uma aventura que pode dar errado; aqui, funciona. O trabalho com os personagens, igualmente, e outra evidencia des­se recurso que si vezes parece contradizer a narrativa. Podemos desaprovar o comportamento da protagonista, mas seu desamparo nos contagia. Os coadjuvantes, rebanho preso num curral de pe­quenas misérias, da mesma forma nos enternecem. O cerebral julga, o coração se compadece [ ... ]

 
 
 

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